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Ver com olhos de pássaro.
Meu olhar agora livre, para estar por toda parte.
Eventualmente descubro minhas asas. Mas facilmente me distraio e as esqueço.
Ver com olhos de revoada. Estou por toda a parte!
Quando você me toca, sinto que de todo lugar volto para me recompor homem-montanha sob seu afago.
Onde sua mão não me alcança mais, já não preciso estar e me decomponho novamente em poeira-pássaro por todo espaço.
De repente me percebo geleira, cacto, cogumelo e arbusto (com um esforço, e se prestar atenção, ainda dá pra sentir as asas).
Meus olhos de geleira são melhores para olhar para o tempo.
Horas e eras têm a mesma duração. Montanha e condor dançam juntos o mesmo ritmo.
A cachoeira e o deserto se fundem. O rio que passou por aqui ainda passa. E passará.
São Paulo, 2022